O cardápio tem desde bacalhau na brasa, tambaqui com farofa e picanha, até a famosa sobremesa americana, cheesecake. E o senador tem preferência pelo Dom Francisco, um dos restaurantes mais caros de Brasília.
As informações foram inicialmente divulgadas por Lúcio Vaz, colunista da Gazeta do Povo, e confirmadas pelo Terça Livre no Portal da Transparência do Senado. No total, Calheiros já gastou R$ 248.114,74 com cota parlamentar.
Como mostra o recibo abaixo, Renan chegou a gastar quase R$ 1.000 com bacalhau na brasa e picanha. Detalhe: o almoço foi no dia 14 de abril, um dia depois que a CPI foi criada. E o gasto não saiu do salário de R$ 33.763 do senador. O parlamentar foi reembolsado pelo Senado no valor de R$ 911.
A título de comparação, o valor gasto pelo senador com esse almoço é quase duas vezes o auxílio emergencial de R$ 600 que alimentou uma família por mês. Atualmente, esse auxílio é de R$ 150 por mês.
A comissão da Covid foi oficialmente instalada no dia 27 de abril. E nesse dia, Renan Calheiros repetiu a dose no restaurante, com picanha e cheesecake. A conta ficou em R$ 450. No dia dois de julho, o cardápio tinha picanha e tambaqui com farofa, tudo por R$ 611.
Mas, como informou Lúcio Vaz, ele já havia oferecido três almoços em fevereiro, um deles no valor de R$ 508 em reuniões para discutir a presidência, a relatoria e integrantes da comissão, segundo informação da assessoria do senador.
Marketing
Outro gasto de Renan Calheiros que chama atenção no portal da transparência é com a contratação de serviços de apoio. Até janeiro deste ano, esse gasto não ultrapassava R$ 4 mil.
Mas em fevereiro, quando as tratativas para implantar a CPI da Pandemia começaram, o valor saltou para R$ 10.400 por mês. No total, já foram gastos R$ 88.528 só em 2021.
O senador atualizou seu site oficial em fevereiro. No portal, são divulgados os “principais momentos” de Renan como relator da CPI, frases de efeito e artigos assinados pelo congressista.
Ele também paga mensalmente por serviço de criação de artes digitais para divulgação e apoio da atividade parlamentar, serviços de audiovisual e de marketing.
Em abril, quando a CPI foi criada, Renan Calheiros investiu em “Serviços referentes ao monitoramento das diversas redes sociais (facebook, Instagram, Tweeter [sic] e outras) quanto ao relacionamento com os cidadãos por meio das postagens”. O gasto foi de R$ 6.300,00.
Para a promoção da imagem de Renan Calheiros nas redes sociais e na imprensa, o cidadão também paga por “prestação de serviços de elaboração e diagramação de artes visuais e vídeos usados nas diversas redes sociais do senador Renan Calheiros e no whatsapp” e por “prestação de serviços de elaboração de vídeos, fotos e podcasts do Senador Renan Calheiros, no desempenho da atividade parlamentar que são veiculados nas diversas mídias e imprensa em geral”. Em média, o gasto chega a no mínimo R$ 10.400 e no máximo R$ 10.878,00.
Com uma carreira política marcada por escândalos, com 25 processos já acumulados no Supremo Tribunal Federal (STF), dos quais 9 ainda estão em andamento, Renan Calheiros agora indicia pessoas comuns enquanto ocupa a relatoria da CPI da Pandemia.
Fonte: Tercalivre.com.br