Taxa de ocupação de UTIs para Covid no Brasil segue muito crítica, diz Fiocruz

Segundo a fundação, o novo coronavírus permanece em circulação intensa em todo o país

Da Reuters
Leitos de UTI no Hospital Ronaldo Gazzola, na zona norte do Rio de Janeiro
Taxa de ocupação de leitos de UTI em todo o Brasil segue elevada, segundo a fundação Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo (10.mar.2021)

A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) destinadas ao tratamento de Covid-19 no Brasil se manteve muito elevada entre os dias 5 e 12 de abril, embora em patamar estável na comparação com a semana anterior, disse a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira (14).

Segundo boletim publicado pela entidade, 16 estados e o Distrito Federal possuem taxas de ocupação superiores a 90%, com destaque para Mato Grosso do Sul, onde os leitos para Covid-19 atingiram ocupação total (100%) no período analisado.

Seis unidades da Federação – Pará, Amapá, Alagoas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul – permaneceram com índices entre 80% e 89%, informou a Fiocruz, cuja classificação de risco aponta para “alerta crítico” quando as taxas superam o limiar de 80%.

Há ainda três Estados (Amazonas, Maranhão e Paraíba) em zona de alerta médio, com ocupações inferiores a 80%, mas superiores a 70%, e apenas um na zona de risco baixa -Roraima, que possui ocupação de 44%.

“As taxas de ocupação de leitos de UTI permanecem muito críticas, mas parece se consolidar lentamente a tendência de melhoria do quadro na Região Norte e em alguns estados como Maranhão, Paraíba, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul”, disseram os pesquisadores da Fiocruz.

Vírus em circulação

Segundo a fundação, a alta proporção de testes com resultados positivos na última semana revela que o vírus permanece em circulação intensa em todo o país, embora possa ser verificada uma tendência de desaceleração.

“O número de casos aumentou a uma taxa de 0,9% ao dia, enquanto o número de óbitos por Covid-19 aumentou 1,1% ao dia, isto é, ligeiramente mais lento que o verificado na semana anterior (1,5%), mostrando uma tendência de desaceleração, mas ainda não de contenção da epidemia”, afirmou o boletim.

As restrições impostas por diversas prefeituras e estados recentemente, acrescentou a entidade, estão produzindo êxitos localizados e podem resultar na redução dos casos graves da doença nas próximas semanas.

A Fiocruz alertou, porém, que a flexibilização dessas medidas pode ter impacto negativo já no curto prazo, com uma nova aceleração do ritmo de transmissão do novo coronavírus no país.

O Brasil já contabilizou 13.599.994 casos e 358.425 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, conforme dados do Ministério da Saúde.

 

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