por paulo eneas
O programa Manhattan Connection, pilotado pelo antagonista Diogo Mainardi, é levado ao ar pelo TV Cultura de São Paulo através de um contrato(1) de cinco anos no valor de R$ 8 milhões entre uma empresa chamada Blend Negócios, Divulgação e Editoração Ltda. e a Fundação Padre Anchieta, entidade que vive basicamente de recursos públicos do contribuinte paulista e que é a mantenedora daquela emissora de televisão estatal.
A Blend Ltda. foi aberta com um capital de dez mil reais no dia 28/12/2020, conforme declarado na Junta Comercial de São Paulo(2), apenas um dia antes de firmar o contrato de R$ 8 milhões com a Fundação Padre Anchieta, que foi sacramentado em 29/12/2020 como mostra o extrato de contrato da própria Fundação Padre Anchieta.
O único sócio proprietário da Blend Ltda. é um certo Gilberto Silva(3), que por sua vez é membro do conselho editorial e funcionário do setor de marketing de uma revista publicada por uma segunda empresa, a Global Council of Sales Marketing (GCSM),(4) que tem como primeiro-vice-presidente José Roberto Maluf, que é o presidente da Fundação Padre Anchieta, que contratou a empresa da qual Gilberto Silva é sócio e único dono.
Todo esse ardil evidencia um fato simples e objetivo: o programa Manhattan Connection chefiado pelo antagonista Diogo Mainardi foi para a TV Cultura de São Paulo sendo bancado com recursos públicos dos contribuintes paulistas, ao contrário da narrativa mentirosa propagada pelos donos do programa quando este saiu da Globo News.
Em nota publicada no site O Antagonista do dia 23/11/2020 às 8h15m, os donos do blog afirmavam:
Manhattan Connection vai para a TV Cultura. O Manhattan Connection, que saiu da GloboNews, vai para a TV Cultura. No novo canal, o programa será inteiramente financiado por patrocinadores privados. Empresários que financiam a liberdade de opinião ajudam a si próprios.
A nota com o conteúdo exato reproduzido acima, com grifo nosso, pode ser acessada no site de O Antagonista neste link aqui. Caso tenha sido apagada por ordem de Diogo Mainardi, o print pode ser visto mais abaixo(5).
Se existe a participação de outros empresários financiando o Manhattan Connection na TV Cultura de São Paulo, não sabemos. O que está patente é que existe financiamento público, no montante de R$ 8 milhões conforme mostra a extrato de contrato da Fundação Padre Anchieta.
Essa garantia de financiamento público firmado em contrato explica por que o programa não se preocupa em continuar exibindo audiência próxima do traço, como de resto toda a programação da TV Cultura, uma vez que a receita está garantida, vinda dos pagadores de impostos paulistas, e não depende do sucesso ou fracasso de público do empreendimento chapa-branca.
Diogo Mainardi e o antipetismo de conveniência a serviço do tucanato
Uma das figuras centrais de Manhattan Connection é o antagonista Diogo Mainardi, um jornalista de escrúpulos aparentemente flexíveis e que ao longo de toda a carreira dissimulou seus reais alinhamentos políticos para construir um personagem que se adequava às circunstâncias políticas do momento.
Durante toda a presidência de Fernando Henrique Cardoso, Diogo Mainardi posou de “oposição ferrenha” ao governo de então, quando na verdade servia de spar para blindar o grão tucano de qualquer oposição séria à direita. Nesse período, Diogo Mainardi era visto pelos mais incautos como alguém “de direita”, e muitos compraram essa narrativa, pois havia até memes.
Iniciada a era petista, Diogo Mainardi elevou o tom contra o governo de então, mas não por ser um governo comunista que estava destruindo o país e os valores nacionais para financiar o Foro de São Paulo e regimes de ditaduras comunistas genocidas mundo a fora.
Estes temas nunca foram preocupação do antagonista Mainardi, cujo único problema que via no governo petista era o fato de ser corrupto, como de fato o era, assim como governos anteriores, incluindo tucanos.
Desta forma, pela crítica exclusiva à corrupção e não à natureza ideológica comunista do petismo, nascia o antipetismo de conveniência, parido e nutrido por Diogo Mainardi, que assim reinventou a velha técnica da esquerda de limpar-se na própria sujeira.
O Crítica Nacional foi possivelmente a primeira publicação da direita brasileira a alertar sobre a natureza traiçoeira do antipetismo de conveniência. Tratamos deste tema em um artigo em junho de 2016, portanto há quase cinco anos, onde já apontávamos o papel nefasto que publicações como O Antagonista iria desempenhar. Os fatos recentes comprovam que estávamos corretos. Este artigo de 2016 foi republicado e pode ser lido neste link aqui.
Os blogueiros de crachá de João Doria
Iniciado o Governo Bolsonaro, Diogo Mainardi e demais antagonistas protagonizaram por meio da Revista Crusoé uma da maiores canalhices do jornalismo brasileiro: uma reportagem mentirosa produzida por Felipe Moura Brasil e publicada em outubro de 2019 deu origem à narrativa que passou a ser conhecida como Blogueiros de Crachá.
A narrativa elaborada por Filipe Moura Brasil e publicada na Revista Crusoé foi baseada numa construção imaginária delirante, elaborada por um empresário dirigente do grupo esquerdista MBL, que chegou a ser preso pela polícia civil paulista acusado de estelionato, lavagem de dinheiro e posse de material com conteúdo pornográfico envolvendo menores.
A narrativa acusava ativistas conservadores, entre eles jornalistas e empresários, de integrarem um grupo articulado que seria supostamente financiado pelo governo para promover supostos ataques coordenados contra desafetos do Presidente Bolsonaro.
Em nenhum momento Felipe Moura Brasil deu provas de suas acusações. Posteriormente, a justiça condenou a Revista Crusoé a publicar um direito de resposta do empresário Otávio Fakhoury, uma das pessoas caluniadas pelo matéria jornalística porca e mentirosa assinada por Felipe Moura Brasil.
A narrativa mentirosa criada pela Revista Crusoé serviu de base para a instalação da CPMI das Fake News, principalmente por conta do papel vexatório desempenhado pelos deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP), que serviram de mensageiros e entregadores de uma invencionice paranoica criada pela mente doentia de um indivíduo acusado de crimes graves.
A narrativa também serviu de subsídio para a instalação de um inquérito no poder judiciário, inquérito este cuja constitucionalidade é questionada por inúmeros juristas de renome, e que resultou em perseguições, buscas e apreensões, bloqueios de contas em redes sociais e toda sorte de cerceamento à liberdade de expressão.
Criou-se assim um estado de absoluta agressão à liberdade de expressão por conta de uma ação deliberada de uma publicação, a Revista Crusoé, também de propriedade de Diogo Mainardi, que prestou um dos maiores desserviços ao jornalismo brasileiro nos últimos anos.
Perguntas que os antagonistas precisam responder agora
Diante da revelação inequívoca de que o programa Manhattan Connection está sendo bancado com recursos públicos do contribuinte paulista, cabem agora algumas questões que precisam ser respondidas principalmente por Diogo Mainardi.
a) Se o blogueiro antagonista foi canalha o bastante para valer-se da matéria mentirosa de Felipe Moura Brasil sobre os supostos blogueiros de crachá, a qual ele endossou ao permitir sua publicação na Revista Crusoé e por ter repetido aquela narrativa incessantemente em seu blog O Antagonista, estaria ele sendo canalha o bastante agora para beneficiar-se, junto com seus colegas de bancada do Manhattan Connection, de um contrato de R$ 8 milhões em recursos públicos para atacar o Presidente Bolsonaro?
b) O jornalista Felipe Moura Brasil irá produzir uma reportagem de 14 páginas a ser publicada também na Revista Crusoé sobre os reais blogueiros de crachá de João Doria que, financiados por recursos públicos paulistas, articulam-se em um programa com audiência próxima do traço para atacar o Presidente Bolsonaro e blindar o proto-ditador tucano João Doria?
c) Quando o programa Manhattan Connection foi para a TV Cultura no início deste ano, Diogo Mainardi declarou: “temos liberdade total e absoluta (…) para descer a lenha em quem quer que seja, neste momento meu alvo principal é o Bolsonaro (…) mas vamos chutar todo mundo”. A pergunta que fazemos ao antagonista Diogo Mainardi é se o Manhattan Connection, a Revista Crusoé ou O Antagonista irão produzir matérias de jornalismo investigativo sobre contratos da Fundação Padre Anchieta com determinadas empresas e jornalistas. Ou o contrato de R$ 8 milhões que vocês têm com a fundação cria certos óbices para esta empreitada jornalística?
d) Por fim, Diogo Mainardi: você e os jornalistas dos veículos que você comanda fizeram acusações levianas e infundadas contra pessoas corretas e honestas, e com isto abriram caminho para agressões à liberdade de imprensa no país (agressões das quais vocês mesmos foram vítimas, ainda que tenham se calado covardemente depois). Agora está patente que vocês praticam jornalismo à soldo com recursos públicos, visando blindar um proto-ditador e atacar o Presidente da República. Por quanto tempo vocês acreditam que continuarão enganando a opinião pública brasileira com o jornalismo de esgoto que vocês praticam?
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