Janaína Paschoal vê riscos de Jair Bolsonaro não concluir seu mandato

A deputada estadual por São Paulo Janaína Paschoal (PSL) disse nesta segunda-feira (04), em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, que vê riscos do presidente Jair Bolsonaro, que é do seu partido, não chegar ao fim do seu mandato. Segundo ela, não se trata de desconfiança com o chefe da Nação, como ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas porque é preciso uma mudança de comportamento por parte de Bolsonaro e seus familiares, pois as polêmicas criadas em cima de coisas insignificantes podem cansar o eleitorado que confiou nas mudanças por ele prometidas.

Janaína fez questão de afirmar que entrou na política para ajudar Bolsonaro chegar à Presidência, pois o que menos queria era a volta do PT ao governo, já que associa a legenda a crimes como os verificados nas gestões de Lula e Dilma e que o Ministério Público nunca quis investigar. Apesar desta revelação, disse não se considerar uma bolsonarista, pois consegue enxergar falhas no governo, mas diz torcer pelo sucesso do presidente e aprova a maioria das medidas por tomadas, como reforma da Previdência, reforma administrativa, privatizações etc.

Para ela, é importante frisar que não há nenhuma denúncia de corrupção contra o atual governo. Boa parte da equipe de Bolsonaro, no seu entendimento, é da melhor qualidade. Ela também defendeu o direito do deputado Eduardo Bolsonaro (líder do PSL na Câmara Federal) expressar aquilo que acredita e acha que a defesa que fez da volta do AI5 não afeta em nada a democracia, pois não há no Brasil ambiente para regime de exceção.

Ameaça – Para a deputada, o risco de Bolsonaro vir a sofrer um impedimento é porque a maioria dos formadores de opinião é contra ele, e uma campanha para desgastá-lo pode ser desencadeada com sucesso sem que boa parte da população enxergue o que está sendo feito de bom pelo governo. Ela chamou atenção para um projeto de emenda à Constituição Federal que já prevê, em caso de afastamento do presidente, a realização de eleição direta e não a posse do vice. “Isto sim é golpe, mas ninguém diz”, criticou.

A parlamentar lamenta as denúncias contra o senador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) e as candidaturas laranjas do PSL. Segundo ela, sua desaprovação ao que teria feito o filho do presidente foi manifestada no pedido de impeachment do presidente do Supremo, Dias Toffolli, por ter suspendido as investigações do caso. Sobre candidaturas laranjas, defendeu uma posição mais corajosa das mulheres para não aceitarem esse tipo de tratamento, mas disse que isto não foi uma exclusividade do PSL. Janaína defendeu o fim dos fundos partidários e de campanha, pois ajudam a criar esse tipo de situação.

A deputada defendeu ainda a Lava Jato e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, segundo ela, não cometeu nenhum desvio de conduta nos julgamentos que fez como juiz federal, apesar das mensagens trocadas entre ele e procuradores, divulgadas pelo site The Intercept Brasil, serem apontadas por alguns como provas de sua parcialidade. Para ela, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, já foram bem mais parciais e ninguém questiona.

Janaína disse estar amando a vida parlamentar, pelo aprendizado que proporciona e pela oportunidade que esta tendo de fazer algo pela população. Ela garante que não pretende disputar a Prefeitura de São Paulo e ainda não definiu o que fará em 2022, se concorrerá à reeleição ou vai tentar uma cadeira na Câmara Federal.

por Aquiles Emir

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