crime de superfaturamento
Fizemos essa coleta de preços (acima) ontem, 23, mas Zé Carlos, quando fez o processo de “dispensa”, acertou em fornecedores com sobrepreços de até 100% (veja abaixo)
Ele age como um ser inimputável, acima da lei, ações criminosas invisíveis (apesar de tantas vezes escandalizadas com fartura de documentos). José Carlos Soares dos Santos, o Pé de Pato, presidente da Câmara Municipal de Imperatriz, enfileira crimes de desvio de dinheiro público há anos, do recheio da folha de pessoal com “fantasmas”, “laranjas” e “lagartas”; passando pela farsa da aquisição de quase R$ 200.000,00 em computadores num açougue (licitou, contratou e pagou em um só dia), chegando à imoral compra de 400 testes de covid-19 a R$ 360,00 a unidade, enquanto o mesmo laboratório faz o procedimento a R$ 250,00 ou a R$ 210,00 (quando é nessa quantidade).
Ontem, 23, quando soube que seria denunciado, inseriu na pauta da sessão um comunicado de que o laboratório com o qual fez negócio teria reconhecido “o equívoco” e se prontificou a “doar” à Câmara mais 100 testes. Tarde demais, o crime estava consumado, Pé de Pato já até pagou R$ 75.600,00 pela conta flagrantemente superfaturada (veja documento abaixo).
E por quê 400 testes, quando a Câmara, mesmo incluindo cerca de 100 “fantasmas”, “laranjas” e “lagartas” não chega a 250 “servidores”? Pior ainda, 500 testes (com os 100 da taxa do arrependimento anunciada ontem), para onde irão os quase 300 excedentes?
Outro crime que pode estar configurado é o pagamento antecipado (dia 10 passado), de R$ 75.600,00 ao laboratório, valor que representaria 210 testes aplicados. Pela lei, no setor público só se paga o serviço efetivamente prestado e pelo que o laboratório informou, segunda-feira passada, a fila ainda andava: “basta trazer o papel da câmara que a gente aplica o teste” – disse a atendente cuja primeira sílaba do prenome é ELAI.
Polícia e Ministério Público podem facilmente saber quantas e quais pessoas foram de fato testadas, com respectivas datas, porque o laboratório é obrigado a informar com exatidão aos serviços de controle sanitário.
Os estarrecedores anúncios do reconhecimento do sobrerpreço e dos 100 exames de “bonificação” indicam que os R$ 68.400,00 restantes e já empenhados (para completarem os R$ 144.000,00) vão ser (se é que já não foram) pagos, quando o correto seria anular o negócio, buscar o dinheiro de volta e ressarcir o cofre público de mais esse desvio feito às claras e sem nenhuma cerimônia.
BOI DE PIRANHA – Para criar uma cortina de fumaça sobre seu rosário de crimes, o presidente da câmara e os 12 parceiros de mandato que lhe seguem fielmente, encenam a chamada CPI Fake News, “instalada” sem os 2/3 de assinaturas de lei e sem sequer um documento que dê respaldo ao caso. É como se fazem nas travessias dos rebanhos bovinos: para livrar os animais do castigo das piranhas, solta-se um boi ferido e sangrando a montante, o chamado “boi de piranha” – é dessa forma que pode ser vista a CPI sem pé e nem cabeça.