FAKE NEWS | Especialista alerta sobre o perigo das notícias falsas publicadas na Internet

Fake News

Até onde vai a liberdade de expressão na Internet? Que tipo de crime comete alguém que produz fake news? Quais os perigos dos “justiçamentos” provocados por falsas mensagens virtuais? Esses e outros questionamentos foram discutidos hoje (11), na palestra do professor Walter Aranha Capanema, no auditório do Fórum de São Luís (MA).

No evento promovido pela Escola Superior da Magistratura do Maranhão (Esmam), Capanema falou aos servidores da justiça, magistrados e profissionais de diversas áreas sobre como proceder na Internet para evitar ações judiciais, alertou sobre os efeitos do mau uso das redes sociais, enumerando casos concretos de grande repercussão no Brasil e no mundo.

“Vivemos numa época em que a liberdade de expressão, que é a principal característica democrática da nossa Constituição Federal, alcançou limites nunca vistos. Porém, essa garantia, como qualquer outro prevista constitucionalmente, não é absoluta e sofre limitações para que não sejam violadas a honra, a liberdade e outros direitos individuais”, pontuou.

FAKE NEWS – O professor citou a produção de fake news – notícias falsas criadas a partir de imagens e textos manipulados para gerar pânico e confundir a opinião pública, amplamente compartilhadas nas redes sociais – como crime que pode ser enquadrado no artigo 41 da lei das Contravenções Penais.

Outros abusos cometidos no uso da Internet, como a divulgação de dados pessoais de terceiros, as pornografias de vingança ou “nudes”, comentários vexatórios e xingamentos foram citados e classificados dentro de jurisprudências relacionadas a infrações civis e até penais. Para o autor, mesmo que se trate de uma publicação humorística, deve obedecer o limite da ética.

“Esses tipos de postagem muitas vezes geram uma situação de ‘justiçamento’ e podem ser caracterizadas como crime de responsabilidade civil, calúnia, injúria, difamação e até incitação ao homicídio”, disse, remetendo ao caso da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, vítima de um falso boato divulgado nas redes sociais, que foi espancada por seus vizinhos até a morte em 2014, depois de um falso boato divulgado nas redes sociais, acusando-a de envolvimento com rituais de magia negra e sacrifício de menores de idade.

Entre os procedimentos importantes para evitar ações judiciais ocasionadas pelo mau uso das redes sociais, o consultor orienta que os usuários evitem espalhar boatos e notícias falsas. “O administrador de grupos também responde pelo conteúdo publicado. Antes de compartilhar, cheque, há sempre indícios sobre a veracidade ou não de uma informação desse tipo, nem tudo é verdade, verifique a fonte. O bom jornalismo tem compromisso com a veracidade dos fatos. É fundamental ter bom senso”, alertou.

Autor do livro “O spam

 e as pragas digitais: uma visão jurídico-tecnológica”, Capanema é coordenador do curso de Extensão em Direito Eletrônico da Escola da Magistratura do Rio de Janeiro (EMERJ) e atua como formador em diversos promovidos pela escola judicial do TJMA.

Assessoria de Comunicação do TJMA

(asscom@tjma.jus.br)
(98) 3235 3231 (ESMAM)

 

Fake News

Você já deve ter lido por aí sobre “fake news”, não é? Popularizado após a eleição de Trump, o termo diz respeito a sites e blogs que publicam intencionalmente notícias falsas, imprecisas ou simplesmente manipuladas, com a intenção de ajudar ou combater algum alvo, normalmente político. Eles também copiam notícias verdadeiras de outros veículos, mas mudam as manchetes, alterando o sentido ou colocando algo sensacionalista para atrair leitores.

Aqui no Brasil isso não é novidade, temos “fake news” há anos, inclusive bancadas pelo governo. As “fake News” a que me refiro, não devem ser confundidas com as mentiras que sempre circularam por aí, sobre ETs, monstros, aparições e outros absurdos, que podem ser desmascaradas em sites como o www.e-farsas.com.br , por exemplo. Elas são publicadas aproveitando as tensões políticas, pegam fragmentos de verdade, torcem os fatos de forma a parecem mesmo verdade. E são compartilhadas por milhares de pessoas, transformando-se em senso comum.

Não existe remédio contra elas, a não ser tomar alguns cuidados.

Relembro então a minha Teoria dos Quatro Rês, cujo enunciado é:

“Notícias sem relevância; passadas por gente que não tem responsabilidade; aceitas por todos sem reserva, obtém ressonância desproporcional.“

Assim que leio, ouço ou vejo uma notícia, busco mentalmente passar por um filtro que tem 4 palavras começadas por “RÊ”.

  1. Relevância: que importância tem essa notícia ou fato para mim, minha comunidade, meus amigos, meu país, o mundo?
  2. Responsabilidade: quem é a fonte dessa informação? Que responsabilidade tem quem a está passando para mim? Que autoridade ou credibilidade tem essa fonte, para que eu nela acredite?
  3. Reserva: com que cuidados devo receber essa notícia? Que tipo de precaução devo tomar antes de acreditar e sair agindo?
  4. Ressonância: como devo disseminar essa notícia? Que tipo de amplitude devo dar a ela?

No Brasil é assim: notícias sem a menor relevância, passadas para nós por gente que não tem a menor responsabilidade, aceitas por todos sem a menor reserva, obtêm uma ressonância desproporcional. Quatro rês que baixam a cotação da bolsa; aumentam o dólar; derrubam o ministro; quebram a empresa; protelam o crescimento; fecham a escola; aumentam o desemprego, destroem reputações… com base em versões que nós mesmo transformamos em fatos.

No caso das “fake news” o mais importante é o item 2: Responsabilidade. Quem é a fonte dessa informação? Que responsabilidade tem quem a está passando para mim? Que autoridade ou credibilidade tem essa fonte, para que eu nela acredite?

Observe quem está por trás do site ou blog, que linha de pensamento eles defendem, quem são seus patrocinadores, que interesses eles ocultam, qual o histórico das pessoas que produzem o que ali é veiculado. Uma pequena investigação como essa derruba imediatamente 95% do que se vê e lê por aí.

Mas tem mais um ponto fundamental: faça a mesma análise com quem está acusando alguém de “fake news”.

Não raro, quem acusa é que é o fake.

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