Segundo vice-presidente da Câmara, de 28 anos, substituirá Rodrigo Maia no período em que o presidente da República estiver fora do país. Oposição quer aproveitar para obstruir as votações.
Em uma semana decisiva para a votação da reforma política, o segundo vice-presidente da Câmara, deputado André Fufuca (PP-MA), deve assumir nesta terça-feira (29) a presidência da Casa pela primeira vez.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai assumir interinamente o comando do Palácio do Planalto nesta terça em razão da viagem de uma semana do presidente Michel Temer para a China. O peemedebista vai ao país asiático para apresentar o novo programa de privatização que inclui Eletrobrás, aeroportos, rodovias e a Casa da Moeda.
Na comitiva presidencial, vão ministros e pelo menos seis deputados, entre eles, o vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), que deveria assumir o comando da casa legislativa no período em que Maia estiver despachando no Planalto.
Assim, a presidência da Câmara fica para André Fufuca, o segundo vice-presidente da Casa. Ele tem 28 anos e exerce seu primeiro mandato na Câmara.
Na manhã desta segunda-feira (28), Fufuca se reuniu com Michel Temer e Rodrigo Maia no Palácio do Planalto. Ao final da audiência, ele disse que o presidente da Câmara pediu para ele seguir o cronograma.
Nesta semana, têm votações importantes na Casa, como da reforma política, que ainda precisa de acordo. Nesta terça, Fufuca vai se reunir com os líderes dos partidos e diz que está seguro,
“Sei que é muita coisa, sei que são vários assuntos amplos e abrangentes. Porém, nós iremos procurar colocá-los para votação”, disse o jovem deputado do PP.
O vice-líder do governo na Câmara Darcísio Perondi (PMDB-RS) disse que o Planalto confia na condução de Fufuca.
“Ele é seguro, sereno, com apoio de todos os líderes das bancadas, da liderança do governo”, enfatizou Perondi.
Fábio Ramalho disse que vai à China porque é o responsável pelos tratados internacionais da Casa. Nesta terça, antes da viagem, o deputado do PMDB vai conversar com Maia. Segundo Ramalho, se for necessário, ele ficará no Brasil.
“Se for necessidade de eu ficar aqui, que eu ficaria, se for melhor. Ele [Maia] acha que é melhor eu estar presente lá [na China]”, ressaltou.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que oposição vai aproveitar a semana para endurecer o discurso e obstruir as votações.
“Fica praticamente impossível de implementar essas votações dessas matérias tendo à frente deputado que tem inexperiência para conduzir. Ele vai tentar trabalhar num consenso maior possível. Como não há consenso, é muito difícil que a gente possa alcançar alguma”, ponderou Delgado.