Duas pesquisas, no Maranhão, divulgadas com poucas horas de diferença, apontam uma discrepância de quase 20 pontos percentuais. Não há margem de erro ou diferença metodológica que explique esse resultado. Alguém está cometendo um crime de lesa-informação, ferindo um direito da população.
O mais impressionante é que isso provoque apenas a mesma algaravia estéril e histérica nos blogs e redes sociais. Um crime, à luz do dia, e ninguém é capaz de investigar.
Será que não há um único veículo de comunicação interessado em desvendar esse mistério? Por que não convidam (alô TV Guará!) os dois estatísticos responsáveis, o sr. Vitor Emanuel Bouças da Silva (CRM 8747-7 região) e a Sra. Marcia Cavallari (CRM 6208-A) para debaterem tecnicamente as diferenças nos planos amostrais e os cuidados metodológicos, nem que seja para assentar as diferenças e sustentar os resultados?
E o Conselho Regional de Estatística, vai ficar mudo, vendo a bela ciência que defende ser jogada no esgoto como um panfleto político?
E as universidades, UFMA e UEMA, não tem departamentos de estatística para cobrar que no território maranhense a ciência seja tratada com o devido respeito? Ou que façam como em Pernambuco, criando seu próprio Instituto, que não seja refém de grupos de pressão.
E o próprio Ministério Público Eleitoral, tão cioso com a milimetragem de cartazes e adesivos, não tem qualquer mecanismo para chamar os institutos e colocar algum rigor nessa molecagem?
E por último a ABEP, Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, não tem maneiras de expressar um mínimo desconforto vendo esse cenário?
Bem já se disse que o Maranhão é uma espécie de Galápagos política. Aqui vicejam espécies que desafiam a taxonomia científica.