Seria uma ARAPUCA? Instituto do concurso da Câmara de Imperatriz “adquiriu” competência na última hora

Sede do Instituto Coelho Neto: uma residência no Parque Shalon, de São Luís, nada à altura de uma empreitada que pode passar de R$ 1,5 milhão, com mais de 20 mil inscritos

Quem poderia prever quantas pessoas se inscreverão no badalado concurso da Câmara Municipal de Imperatriz que oferece 50 vagas para jornadas de 20 ou 30 horas semanais com salários que podem chegar a R$ 5.000,00?

Considerando que o recente concurso da Prefeitura passou dos 37 mil matriculados e que o Brasil mergulha na sua maior crise do desemprego (quase 14 milhões de pessoas sem colocação, 500 mil só no Maranhão) é de se imaginar que pelo menos 20 mil candidatos se habilitem às vagas oferecidas pela edilidade imperatrizense.

Com taxas que variam de R$ 60,00 a R$ 100,00, 20 mil candidatos (ao valor médio de R$ 80,00) estima-se em R$ 1.600.000,00 o potencial de arrecadação que, pelo contrato firmado com o presidente José Carlos  Santos Soares, o Pé de Pato, a bolada ficará 100% para o Instituto Coelho Neto, que tirou a sorte grande.

Chama a atenção o fato de um negócio tão grande quanto este (em tempo de paralisação total do mercado) não tenha despertado instituições igualmente gigantes e reconhecidamente habilitadas para isso, como os institutos Getúlio Vargas e Sousândrade.

O Coelho Neto é nanico, e o único concurso que alega ter feito, foi para a telescópica prefeitura de um minúsculo município chamado de Apicum Açu, da região mais atrasada do Estado, a Baixada Ocidental Maranhense.

O comprovante do CNPJ de 2020 do Coelho Neto, emitido no dia 26 de fevereiro passado, não dá tal instituto habilitado para a realização de concurso; o Alvará de Licença e Funcionamento emitido pela Prefeitura de São Luís relaciona 5 atividades principais e secundárias e nenhuma delas se refere a concurso público.

O contrato social do Coelho Neto é de 2008, originariamente o instituto não tem como atividade a realização de concurso, mas há uma alteração desse documento, cuja data não aparece nos papéis anexados à publicação do Portal da Câmara (a não ser o carimbo do cartório que faz o registro, que é de 2 de março deste ano, muito próximo da abertura da concorrência desse vultoso negócio).

No certificado do CNPJ de 2020, também, nada de concurso público

 

Na “primeira” alteração do estatuto, cuja data não se vê, o carimbo do cartório é de 2 de março de 2020.

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